Uma fantasia cinzenta, brilhante e revolucionária.
Uma revolução nas sombras, poderes que queimam nos ossos e personagens que desafiam as regras da fantasia. Mistborn não é apenas um livro — é uma experiência intensa, vibrante e cinzenta, como a própria névoa que envolve o mundo criado por Brandon Sanderson.
No primeiro volume da trilogia Mistborn, somos levados a um império sombrio, regido há mil anos pelo Senhor Soberano, um tirano que governa com punhos de aço e com uma religião opressora que sustenta seu poder absoluto. Esse mundo é chamado de Império Final — uma terra onde as cinzas caem do céu, as plantas são marrons e a esperança foi praticamente extinta.
É nesse cenário que conhecemos Kelsier, um ladrão lendário que sobreviveu às brutais minas de Hathsin e retornou para a capital, Luthadel, com um plano audacioso: derrubar o Império e matar o próprio Senhor Soberano.
Durante uma de suas incursões pelas camadas mais baixas da sociedade, Kelsier conhece Vin, uma jovem skaa (classe oprimida do Império) que vive nas ruas, desconfiada de todos e habituada à violência e submissão. Sob o domínio de um líder cruel, ela sobrevive graças a uma habilidade estranha de manipular emoções — algo que ela chama apenas de “sorte”.
Kelsier logo percebe que Vin é muito mais do que imagina: ela é uma Nascida das Brumas — uma rara alomântica capaz de queimar todos os metais e usar seus poderes com incrível potencial. Ele a recruta para sua equipe rebelde e começa a treiná-la não apenas como arma, mas como alguém capaz de ocupar um papel de destaque na nova ordem que ele sonha construir.
Sanderson é mestre na construção de sistemas mágicos, e aqui ele apresenta a alomância: uma forma de magia baseada na queima de metais, cada um com uma função específica — como aumentar força, empurrar ou puxar metais, melhorar os sentidos, manipular emoções, entre outros.
Essa magia não é apenas decorativa — ela é política, estratégica e parte essencial da trama.
A equipe de Kelsier, composta por alomânticos especializados em diferentes tipos de metais, elabora um plano complexo: provocar uma revolta entre os skaa, infiltrar-se entre os nobres e desestabilizar o Império de dentro para fora. Tudo isso enquanto enfrentam os temidos Inquisidores de Aço, figuras aterrorizantes com estacas nos olhos e poderes devastadores.
Mistborn não é apenas uma história de rebelião contra um império opressor. É uma jornada sobre fé, esperança e sacrifício.
É sobre o quanto um ideal pode sobreviver mesmo quando tudo ao redor parece ruir.
Sobre o quanto o mundo pode ser cruel, e mesmo assim algumas pessoas escolhem acreditar — e lutar.
Vin, ao longo do livro, não apenas aprende a usar seus poderes, mas descobre quem ela é. Seu crescimento é um dos pontos altos da história. De uma garota desconfiada e submissa, ela se torna alguém capaz de desafiar reis e decidir por si mesma o que é certo.
Desde que me tornei leitora de Brandon Sanderson, Mistborn era um desejo antigo. Sempre ouvi elogios à trilogia, mas só agora tive a oportunidade de mergulhar nesse universo — e entendi por que tantos leitores são apaixonados por essa história.
O mundo criado é rígido, coerente e fascinante. Há uma beleza sombria nesse cenário de névoas e cinzas, e uma energia elétrica na forma como Sanderson conduz a narrativa. Mas, acima de tudo, foram os personagens que me conquistaram.
Kelsier, com sua fé inabalável em um ideal maior.
Vin, com sua força contida e seu processo de florescimento.
E até os antagonistas, que não são simples vilões, mas figuras complexas, com ideologias e motivações próprias.
Ninguém aqui é inteiramente bom ou mau. Eles são cinzas, como o mundo em que vivem. E isso torna tudo mais real, mais humano, mais profundo.
Mistborn: O Império Final tem ares de obra-prima desde a primeira página. É uma leitura que prende, emociona e provoca reflexões — sobre poder, liberdade, lealdade e fé.
E agora estou ainda mais apaixonada pela Cosmere.
Essa leitura não apenas me conquistou — ela reacendeu em mim o amor pela fantasia épica.
Mal posso esperar para continuar essa jornada.