Pesquisar

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Gêneros Literários.


Os gêneros literários são como grupos familiares que reúnem nas mesmas categorias obras com atributos semelhantes. Esta categorização é flexível, portanto um determinado conteúdo pode transitar entre uma e outra modalidade, as quais são normalmente classificadas em subgrupos.
Todos os gêneros, porém, partem de uma classificação padrão, adotada desde a Antiguidade: narrativo ou épico; lírico e dramático. Deste tronco principal partem as ramificações menores, ou seja, os subgêneros.

Gêneros Líricos - Na  modalidade lírica o poeta exprime seus sentimentos mais íntimos, as emoções que povoam seu universo interior. E o faz através do ritmo, da melodia que embala os versos. As palavras ganham uma intensa sonoridade. A palavra “lírico” provém do latim e tem o sentido de “lira”, o instrumento mais comum na Grécia Antiga, com o qual se imprimia um tom melódico à poesia da época. O âmago deste gênero é a subjetividade do autor, melhor dizendo, do eu-lírico. Ele se divide em: 
Poesia: Sua essência é a harmonização da palavra.
Ode: Composição calorosa e sonora.
Sátira: Texto que zomba de alguém ou de um determinado contexto.
Hino: Geralmente criado para louvar ou engrandecer algo. Por exemplo, uma nação ou uma divindade.
Soneto italiano ou petrarquiano: apresenta duas estrofes de quatro versos (quartetos) e duas de três versos (tercetos); Soneto inglês ou Shakespeariano: três quartetos e um dístico e Soneto monostrófico: Apresenta uma única estrofe de 14 versos.
Haicai: Poemas japoneses, sem rima, compostos geralmente por três versos. 
Acróstico: Poesia na qual as primeiras letras de cada verso, ou em alguns casos as da posição central ou as do final, compõem, na vertical, um ou mais nomes, uma ideia, entre outras concepções.

Gêneros Narrativos - No gênero narrativo o autor estrutura uma história, quase sempre em prosa, que pode se inspirar em eventos reais ou ser apenas de natureza fictícia. Nessa modalidade as cenas se desenrolam de forma consecutiva no espaço e no tempo. Esta modalidade se distingue, estruturalmente, por apresentar uma trama com início, um clímax e uma conclusão. 
Ele pode ser classificado nos subgêneros romance, conto, crônicas, novelas, entre outros.

Romance: Trazem um enredo integral, com marcas temporais, cenários e personagens determinados com precisão. Nasceu na Era Medieval e Dom Quixote, de Cervantes, é seu modelo principal. 

Pode ser dividido em quatro tipos:
- Romance de Aprendizagem;
- Romance Policial;
- Romance Psicológico;
- Romances Históricos;

Fábula: Criação no estilo fantástico, comprometida apenas com a esfera imaginária. Os personagens dessas histórias são normalmente animais ou objetos; a intenção é transmitir mensagens de cunho moral.
Exemplo: A Cigarra e a Formiga - Esopo

Novela: Narrativa mais resumida que o romance e maior que o conto, mas tão curta quanto o mesmo. Exemplo: O Alienista - Machado de Assis.

Conto: Obra ficcional intensa em conteúdo e breve na forma. Normalmente é engendrada a partir de eventos e figuras imaginárias. 
Exemplo: A princesa e a Ervilha - Hans Christian Andersen.

Crônica: Texto isento de qualquer formalidade; traduz acontecimentos do dia-a-dia com uma linguagem informal, sucinta. Apresenta pitadas de humor e de crítica. Está na fronteira entre o jornalismo e a literatura. 
Exemplo: A Metamorfose - Luís Fernando Veríssimo. 

Poesia Épica ou Epopeia: Se refere a um poema narrativo relativamente curto (ou episódios discretos dentro de um trabalho mais longo), os quais retratam quase sempre ações heroicas. Exemplo: Odisseia - Homero. 

Destes subgrupos surgem outras ramificações: 

Apocalipse Zumbi: surgiu nos anos 60 e com o passar do tempo conquistou um amplo espaço na cultura pop, inspirando inúmeras produções cinematográficas, séries, ficções literárias, graphic novels, games e outros produtos midiáticos.

Autobiografia: existe desde muito tempo e continua bastante presente na atualidade. É um fenômeno atemporal e mundial, que pode ser inteiramente literal ou possuir ingredientes ficcionais. O precursor desse modelo de escrita é Santo Agostinho.

Biografia: o autor narra a história da vida de uma pessoa ou de várias pessoas. De um modo geral as biografias contam a vida de alguém.

Chick-Lit: moderno, direcionado para as mulheres, teve como pioneira a personagem inglesa Bridget Jones.

Fantasia:  considerada um gênero que faz uso da magia e de outros elementos sobrenaturais como peças importantes que permeiam uma obra.

Fantasia Científica: possui características da fantasia e outras provenientes da ficção científica.

Ficção Científica: desenvolvido no século XX e se refere às narrativas que incluem componentes científicos como essenciais ao andamento da trama. Consiste, de uma elaboração de fatos e princípios científicos em forma de narrativa, mas também pode abordar temas fantásticos, que, inclusive, contradigam tais fatos e princípios. Entretanto, nas duas situações, deve haver algum nível de plausibilidade e verossimilhança.

Folhetim: é dividido em capítulos e o enredo, necessariamente, necessita prender a atenção do leitor e criar uma certa expectativa para garantir que este irá aguardar para acompanhar o desenrolar da narrativa.

Horror e Terror: A emoção que move essencialmente o gênero do terror ou horror é o medo. Ele eletriza leitores e espectadores. A partir da década de 60 toda criação fictícia com uma temática doentia ou repugnante passou a ser vista por seus aficionados como uma categoria independente. 
A vertente do Terrorfoca particularmente na produção de um clima de suspense não procedente de causas transcendentais. A atmosfera é de natureza psicológica. 
Já na literatura de Horror há a presença de tópicos sobrenaturais, normalmente ligados a elementos próprios da ficção científica. É o que ocorre com clássicos como Frankenstein. Mas este gênero pode igualmente incorporar temas folclóricos e outros típicos da cultura popular, sendo o maior exemplo a obra Drácula.

Literatura Fantástica: A expressão ‘fantástico’ provém do latim ‘phantasticus’, termo que, na verdade, procede do grego ‘phantastikós’; os dois vocábulos têm o sentido de ‘fantasia’. Pode-se então definir a literatura fantástica como a narrativa que é elaborada pelo imaginário, por uma dimensão supostamente inexistente na realidade convencional. Nestas obras é possível encontrar sem maiores dificuldades os famosos ingredientes do fantástico – seres heroicos, bruxos, aparições, animais fabulosos, objetos ligados à magia, criaturas elementais, conectados aos quatro elementos: as ninfas, silfos, elfos, goblins, duendes, gnomos, os quais habitam o ar, a água, a terra ou o fogo.

Literatura Infanto-Juvenil: As editoras, investem em características como cheiro, textura, formato e ilustrações dos livros. Exemplo de obras que fizeram sucesso entre os jovens brasileiros são: coleção "Vaga-Lume", série "Os Karas" e livros como “Cuidado, Não Olhe para Trás” e “As Cores de Laurinha” e as histórias em quadrinhos criadas por Mauricio de Souza. Entre as características encontradas na literatura infanto-juvenil estão: fácil entendimento do conteúdo e estímulos à criatividade infantil.

Literatura YA – Young Adult – Jovem Adulto: pode ser definida como Literatura para pessoas de 14 a 21 anos, apesar de ter muitos leitores de outras faixas etárias. Separa-se da literatura infanto-juvenil por deixar de lado a ingenuidade dos protagonistas e concentrar-se em temáticas mais adultas.

Metaficção: de acordo com a definição do Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, metaficção é uma narrativa ficcional que tematiza o próprio processo da escrita literária. Segundo a crítica literária Linda Hutcheon, as obras de metaficção fazem uma reflexão consciente sobre a própria condição de ficção em que estão inseridas. Focam no autor e no processo de criação da história, ou seja, o ato da escrita em si.

Novelas de Cavalaria: são narrativas literárias em capítulos que contam os grandes feitos de um herói, mesclados a emocionantes histórias de amor. Nestas histórias de amor, ao contrário do que se relatava nas cantigas, o herói não se contenta somente em ver e contemplar a amada, mas exige ser correspondido e concretizar este amor. Aborda também o chamado “Amor Cortês”, que retrata histórias de amor proibidas, nas quais o casal não tem final feliz e é severamente punido pelo pecado cometido.

Paródia: tem como elemento principal, na maioria das vezes, a comédia, ou seja, a partir da estrutura de um poema, música, filme, obras de arte ou qualquer gênero que tenha um enredo que possa ser modificado. Mantém-se o esqueleto, isto é, características que remetam à produção original, como por exemplo o ritmo – no caso de canções – mas modifica-se o sentido. Com cunho, em muitos casos, cômico, provocativo e/ou retratação de algum tema que esteja em alta no contexto abordado.

Sick-Lit: No início de 2013 notou-se uma prevalência de narrativas tristes, melancólicas, algumas até bem depressivas. Os primeiros lugares dos mais vendidos em veículos como “The New York Times” foram cedidos para livros como ‘A culpa é das estrelas’, de John Green, e As vantagens de ser invisível, de autoria de Stephen Chbosky. Críticos e classificadores de plantão colaram uma etiqueta não muito lisonjeira nestas obras – sick-lit, que pode ser traduzido como ‘literatura enferma’ ou ‘doentia’. Cabem neste segmento enredos protagonizados por criaturas mergulhadas em enfermidades sérias, jovens depressivos, anoréxicos, pelos que já cederam à tentação do suicídio, ou por qualquer outro distúrbio que atinja crianças e adolescentes.

Space Opera: subgênero da ficção científica. Com roteiros exagerados e dramatizados, durante um tempo, a space opera foi chamada de “super ficção”. Nela as histórias, geralmente, envolvem grandes corporações que abrangem extensões do universo , máquinas e seres ciclópicos, guerras estelares e planetas sendo destruídos por forças incríveis e grandes manipulações de tecnologia.

Suspense: envolve uma sensação de hesitação ou impaciência diante dos desdobramentos de certo evento. Este recurso está normalmente ligado à impressão do leitor durante a leitura de uma narrativa que envolve elementos dramáticos. 

Literatura Gótica:  iniciada no século XVIII, costuma-se destacar, como algumas das principais características desse tipo de literatura, os cenários medievais (castelos, igrejas, cemitérios, florestas, ruínas), os personagens melodramáticos (donzelas, cavaleiros, vilões, os criados), os temas e símbolos recorrentes (segredos do passado, manuscritos escondidos, profecias, maldições).

Literatura Esotérica: O movimento pode, inicialmente, ser compreendido como uma ampla corrente de natureza intelectual e espiritual que teve seu ápice exatamente no fim do último milênio, especialmente nas três décadas finais. Ele magnetizou um grande número de pessoas em todo o Planeta; seres que estavam à procura de recursos que imprimam algum significado ao Cosmos e à própria vida humana e atuem, ao mesmo tempo, como probabilidades de vivências simbólico-religiosas. Na esfera literária há diversos escritores que se enquadram neste subgênero: William Shakespeare, William Blake, Goethe, Gustav Meyrinck, Mircea Eliade, Hermann Hess, Raymond Abellio e Fernando Pessoa.

Literatura Espiritualista: se refere basicamente às filosofias e religiões que têm em comum a crença na existência da alma como fator essencial que move e sustenta o real, e também sua emancipação, liberdade e prioridade sobre a dimensão material. Alguns autores desse subgênero são Padre Fábio de Melo, Allan Kardec, Dalai Lama e Augusto Cury.

Literatura Espírita: um tipo de literatura que divulga as ideias do Espiritismo. Sob a forma de periódicos e livros. Compreende filosofiapesquisasmanuaiscontosromancesnovelascrônicaspoesias etc. 
A autoria de muitos trabalhos, como na Série André Luiz, é atribuída a autores espirituais através do fenômeno da psicografia

Literatura de Auto-Ajuda: é um gênero atualmente muito procurado pelos leitores em busca de autoconhecimento, de orientação espiritual, de respostas para os males que os afligem. Ela atua como um bálsamo que aplaca a ansiedade, a angústia e o estresse, males tão característicos da modernidade.

Literatura de Negócios: A literatura utilizada nos cursos de Administração e Negócios, inclusive a de alguns gerentes, é formada principalmente por livros de gestão, de sucesso nos negócios, de superação pessoal e de trabalho em grupo.

Literatura de Guerra: Há uma vasta gama de livros ficcionais sobre guerras. Alguns enfocam diretamente o tema, concentrando-se especialmente na Segunda Guerra Mundial ou na Guerra Civil Espanhola. Outros remontam a tempos ancestrais e encenam suas histórias em combates travados em universos criados especialmente para retratar o enfrentamento entre os homens na busca pelo poder.

Hoje também são muito comuns as trilogias sagas.


Gêneros dramáticos - A modalidade dramática teve início na Grécia Antiga, possivelmente em festas realizadas em honra de Dionísio, deus do vinho. As obras que se filiam a este gênero são especialmente criadas para serem exibidas em montagens teatrais. Hoje é mais complicado distinguir um drama de outro gênero da literatura, pois se generalizou a prática de converter qualquer produção literária em roteiro para apresentação nos palcos.
Podemos dividir o gênero Drama em três subcategorias:
 
Tragédia: Reproduz um evento trágico e tem por fim suscitar piedade e horror.

Farsa: Tende para o cômico; a ação é corriqueira e se baseia na rotina diária e no ambiente familiar. Exemplo: A Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente.
Exemplo: Macbeth - Willian Shakespeare
Elegia: Louva a morte de uma pessoa; este evento é o ponto central da peça. 
Exemplo: Romeu e Julieta - Willian Shakespeare.


Espero ter conseguido explicar sobre alguns gêneros literários a vocês.
Tenham uma ótima semana.

Bjokas - Jú

Nenhum comentário:

Postar um comentário