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quinta-feira, 1 de maio de 2025

Resenha: A Rainha do Submundo – Bea Fitzgerald.

 


Que o amor vá para o Inferno, essa deusa tem outros planos. Nesta releitura épica do conto de Hades e Perséfone, conheça o romance mais famoso do Olimpo pelos olhos da rainha do submundo. Best-seller instantâneo do Sunday Times, A rainha do submundo é a estreia literária de Bea Fitzgerald.


Milhares de anos atrás, os deuses contaram uma mentira.

De acordo com o Olimpo, Perséfone foi um mero peão na política divina. Primeiro, Hades a sequestrou para que ela fosse sua noiva. Então sua mãe, Deméter, ficou tão desnorteada e desesperada com a ideia de a filha ficar aprisionada no Mundo Inferior que fez com que a Terra começasse a morrer.

A história real é muito mais interessante.

Prestes a atingir a idade para se casar, não há nada que Perséfone tema mais do que a ideia de um casamento arranjado, especialmente se o marido for escolhido pelo pai, Zeus, que a detesta. Presa na ilha da Sicília tendo apenas a mãe, as ninfas e as flores como companhia, a jovem deusa toma uma decisão: ir até a única pessoa que pode ajudá-la a se esconder. No único lugar do mundo no qual ninguém poderá perturbá-la.

No entanto, quando ela salta até lá através das raízes de uma flor, o rei do Mundo Inferior não é bem o que se espera de um anfitrião hospitaleiro. Ainda assim, Perséfone tem o plano perfeito que promete sacudir todas as colunas do Olimpo, e tudo o que precisa fazer é convencer Hades.

Mas as consequências podem ser fatais, especialmente quando já se está no inferno...




Em A Rainha do Submundo, Bea Fitzgerald reimagina o mito de Hades e Perséfone com uma proposta ousada: e se Perséfone não tivesse sido sequestrada, mas sim fugido para o Submundo em busca de liberdade?

No início da história, conhecemos Coré, uma menina de oito anos diante de Zeus para receber seus poderes e seu nome. Com a inocência infantil, ela deseja o mundo — mas recebe o dom da primavera: o poder de fazer florescer. Filha de Deméter, a deusa da agricultura, Coré cresce isolada em uma ilha na Sicília, cercada apenas pela mãe superprotetora e por ninfas.

Quando adulta, ela descobre que seus pais pretendem casá-la com o deus (ou criatura) que oferecer a proposta mais vantajosa. Com sua beleza escondida de todos, a curiosidade dos deuses do Olimpo cresce — e a lista de pretendentes é extensa.

Em um ato de desespero, Coré foge para o Submundo e exige que Hades a acolha, iniciando assim sua jornada de transformação.

Antes de se tornar a conhecida Perséfone, Coré era a “pura”, mas na realidade ela é impulsiva, mandona e, muitas vezes, grosseira. Sua chegada ao Submundo abala a ordem do reino, com exigências e mudanças feitas sem considerar as consequências. Hades, por sua vez, é retratado de forma apagada, quase patética, o que pode frustrar quem esperava uma dinâmica mais intensa entre os dois.

Os personagens secundários, como Estige e Tempestade, são carismáticos e interessantes, mas infelizmente pouco desenvolvidos. Senti falta de uma atenção maior a essas figuras que poderiam ter enriquecido bastante a trama.

Talvez por eu ser apaixonada pelo mito original, esperava mais dessa releitura e acabei me decepcionando. Ou talvez o livro simplesmente não seja voltado para o meu perfil de leitora. Ainda assim, reconheço o mérito da proposta e acredito que pode agradar quem busca uma fantasia romântica mais leve e com toques modernos de empoderamento.

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