Em A Rainha do Submundo, Bea Fitzgerald reimagina o mito de Hades e Perséfone com uma proposta ousada: e se Perséfone não tivesse sido sequestrada, mas sim fugido para o Submundo em busca de liberdade?
No início da história, conhecemos Coré, uma menina de oito anos diante de Zeus para receber seus poderes e seu nome. Com a inocência infantil, ela deseja o mundo — mas recebe o dom da primavera: o poder de fazer florescer. Filha de Deméter, a deusa da agricultura, Coré cresce isolada em uma ilha na Sicília, cercada apenas pela mãe superprotetora e por ninfas.
Quando adulta, ela descobre que seus pais pretendem casá-la com o deus (ou criatura) que oferecer a proposta mais vantajosa. Com sua beleza escondida de todos, a curiosidade dos deuses do Olimpo cresce — e a lista de pretendentes é extensa.
Em um ato de desespero, Coré foge para o Submundo e exige que Hades a acolha, iniciando assim sua jornada de transformação.
Antes de se tornar a conhecida Perséfone, Coré era a “pura”, mas na realidade ela é impulsiva, mandona e, muitas vezes, grosseira. Sua chegada ao Submundo abala a ordem do reino, com exigências e mudanças feitas sem considerar as consequências. Hades, por sua vez, é retratado de forma apagada, quase patética, o que pode frustrar quem esperava uma dinâmica mais intensa entre os dois.
Os personagens secundários, como Estige e Tempestade, são carismáticos e interessantes, mas infelizmente pouco desenvolvidos. Senti falta de uma atenção maior a essas figuras que poderiam ter enriquecido bastante a trama.
Talvez por eu ser apaixonada pelo mito original, esperava mais dessa releitura e acabei me decepcionando. Ou talvez o livro simplesmente não seja voltado para o meu perfil de leitora. Ainda assim, reconheço o mérito da proposta e acredito que pode agradar quem busca uma fantasia romântica mais leve e com toques modernos de empoderamento.
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